O mercado de crédito de carbono no Brasil é um desdobramento de um movimento global do qual o país não poderia ficar de fora. Aliás, já falamos desse movimento por aqui: o aumento da conscientização ambiental por parte das sociedades e a necessidade reunir esforços para controlar a emissão de gases poluentes, nomeadamente do gás carbônico (CO2).
Algumas medidas para refrear o desequilíbrio ambiental são soluções que trazem flexibilidade para as empresas se articularem no sentido de exercer um papel ativo contra ações maléficas ao meio ambiente. Daí nasceu a ideia de compra e venda de créditos de carbono.
O fato é que o desequilíbrio impacta de formas diferentes e sempre marcantes os mais diversos países, independentemente de seu nível de desenvolvimento econômico. Não dá para ficar à margem disso tudo, então que tal conhecer o andamento do mercado de crédito de carbono no Brasil? Veja só.
1. Primeiro, o que são créditos de carbono?
2. Créditos de carbono e a pandemia
3. O mercado de crédito de carbono no Brasil
3.1 Exemplos de iniciativas no país
3.2 Fundo de investimento com ativos de créditos de carbono
Corresponde a um crédito que equivale a determinada quantidade de (CO2) não emitida. Objetivamente, uma tonelada não emitida equivale a um crédito de carbono.
Quando se alcança essa marca, recebe-se uma certificação do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), equivalendo a um crédito.
O mercado de créditos de carbono é regulado de acordo com as leis de cada país. Nas transações é possível que países detentores de créditos vendam esses créditos para aqueles países que não conseguiram cumprir com as metas de emissão de CO2.
Eis a oportunidade de uma troca entre os países: os industrializados que não cumprem a meta compram os créditos dos que os conquistam, resultando na dedução das multas aos países emissores e no fortalecimento dos projetos sustentáveis nos países que cumprem a redução de emissão de dióxido de carbono.
Aproveite para entender melhor: o que é, como funciona e como surgiu o crédito de carbono.
Sabemos que a pandemia do novo coronavírus afetou fortemente a economia, inclusive no que diz respeito às negociações de crédito de carbono.
Para se ter uma ideia, o Ministério de Minas e Energia estipulava a venda de 95 milhões de títulos até 2028 e, em razão da instabilidade, reduziu a meta para 90 milhões.
Observando tudo isso, fica fácil perceber que uma política sustentável mostra-se um meio sólido para a recuperação econômica pós-pandemia, já que o surgimento da covid-19 é, também, resultado de um colapso ecológico oriundo das mudanças climáticas.
O mercado de créditos de carbono é, portanto, uma porta para o futuro próximo, estruturado em economia e produtividade com consciência ambiental.
Leia também: Entenda a relação entre gestão de resíduos e crédito de carbono.
Uma das formas de se conseguir títulos de crédito de carbono é por meio da construção de uma flora capaz de absorver o CO2 emitido. Sendo o Brasil um país agrícola, o seu potencial para o “sequestro” de gases poluentes é considerável, o que reverteria a iniciativa em commodities.
Estima-se que apenas o território amazônico renderia cerca de U$ 10 bilhões em créditos de carbono para o Brasil.
A extensão territorial torna o país um verdadeiro titã da modalidade, podendo reter grandes quantidades de carbono, conquistando títulos e os negociando junto aos países que não conseguiram reduzir a ejeção de poluentes.
A empresa alemã Bayer prevê a redução de 30% da emissão de gases poluentes como resultado da iniciativa Carbono Bayer, construída junto à Embrapa. Aos associados que efetivarem o cumprimento de práticas mais sustentáveis, haverá um suporte técnico e ferramental provido pela multinacional germânica.
Outra empresa exemplo é o iFood, que pretende zerar a emissão de poluentes até o ano de 2025. Por meio do plano Regenera, a marca promete estimular a criação de uma frota de veículos elétricos e já desenvolveu uma embalagem feita de fécula de mandioca.
Em abril de 2021, nasceu o primeiro fundo de investimentos pautado pelos ativos de créditos de carbono no Brasil, o Vitreo Carbono, já antecipando a retomada da economia por meio de medidas ecologicamente favoráveis.
Embora muitas iniciativas eficazes tomem forma em território brasileiro, um grande entrave na neutralização de emissão de CO2 é o desmatamento.
Apesar deste problema, a política de reflorestamento com espécies nativas em propriedades rurais se apresenta como uma forma já consolidada de geração de créditos de carbono.
Entendemos, então, que rentabilidade caminha junto com a sustentabilidade. Por isso, as iniciativas de diminuição da poluição são determinantes para a movimentação e a prosperidade do mercado.
Conseguimos deixar você mais por dentro do mercado de crédito de carbono no Brasil, mas temos outros artigos sobre o tema em nosso blog e estamos disponíveis para sanar dúvidas, basta entre entrar em contato conosco.